O Dragão e a Sereia
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Misc. Non-English › Harry Potter
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Adult
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Disclaimer:
I do not own the Harry Potter book and movie series, nor any of the characters from it. I do not make any money from the writing of this story.
3
Mais um capítulo!!!
3
- Estás atrasado. – disse ela sorrindo, quando Draco alcançou a beira do lago. Este estava a fazer um esforço tremendo para controlar a respiração sem ela reparar. Afinal, ele ainda era um Malfoy. Não a podia deixar perceber que tinha vindo a correr só para a ver.
- Não sabia que tinha-mos combinado uma hora específica. – era mais forte do que ele. O seu sangue obrigava-o a dar estas respostas; a fazer estes comentários. Era como se tivesse sido programado à nascença, o que (conhecendo bem o seu pai) não parecia assim tão rebuscado.
Ariel fez um esforço para ignorar o comentário, e talvez tivesse conseguido, não fosse o tom trocista e convencido que ele tinha utilizado.
- Não combinámos. E se te continuas a comportar como um peneirento, como agora, não vamos combinar nunca.
- Ok, ok... peço… peço desculpa. – “Nem acredito que acabei de pedir desculpas a alguém.” Ariel olhou-o como que examinando-o.
- Às vezes fico com a sensação de que és duas pessoas distintas. Se assim for agradecia que passasses a trazer apenas a metade suportável.
- Eu merecia essa.
- Podes crer que merecias.
- Então... – disse sorrindo – estou perdoado?
- Sim. – foi a resposta da sereia, que não conseguiu evitar sorrir também.
- Nesse caso, fala-me de ti. – “pediu” Draco, sentando-se à beira do lago.
- De mim?
- Sim. Quero saber tudo sobre ti. – ela não sabia se devia ficar indignada por estar a receber ordens, se devia ficar lisonjeada p’lo facto de este estar tão interessado nela.
- Bem... por onde hei de começar. – perguntou a si mesma. Draco deliciou-se a observar a sua bela cara, repleta de concentração. – Vejamos, a minha mãe morreu quando eu era pequena, por isso, não tenho recordações dela. Dou-me muito bem com a minha avó, (ela diz que eu me pareço muito com o meu pai) já com ele... não há dia nenhum que não haja discussão. Adoro as minhas seis irmãs...
- Seis?!? – e mais uma vez o “humor Malfoy” veio ao de cima – Acho que a tua mãe morreu de exaustão... – Draco teve de morder a língua para não acabar a frase. A frase ainda nem sequer estava completa, e ele já estava arrependido do que dissera. Se não fosse cobardia, teria fechado os olhos, para não ver as lágrimas que decoravam, agora, os dela. Aqueles belos olhos, que ele, secretamente, venerava.
- Ariel, eu não queria... – assim que se apercebeu de que ela ia mergulhar, Draco lançou-se à água, conseguindo agarrá-la por um braço. A sensação que ambos experimentaram, quando a sua pele se tocou, foi, completamente nova. Foi como se ambos tivessem apanhado uma descarga de energia que começou no/na braço/mão e se estendeu por todo o corpo. Os cabelos da base do pescoço, levantaram-se; os pelos dos braços, eriçaram-se e os seus corações começaram a bater desenfreadamente, ao mesmo tempo.
“Yes, you want her
Look at her, you know you do
Possible she wants you too
There is one way to ask her
It don’t take a word
Not a single word
Go on and kiss the girl”
- Solta-me. – disse a jovem, sem olhar para ele, num tom frio e impessoal que o conseguiu abalar, mas apenas por um segundo. Desviando a sua atenção, por agora, desta nova sensação, Draco, concentrou-se apenas na “ferida” beldade.
- Ariel, olha para mim, por favor.
Quando a rapariga não reagiu, ele moveu a sua outra mão até à sua face e acariciou-a, movendo-a na direcção da sua.
- Perdoa-me, por favor.
- Quantas vezes mais me vais pedir que te perdoe? – a sua voz mostrava bem, como estava magoada.
- Mais nenhuma...
- Não faças promessas que sabes não poder cumprir!
- Vou poder cumprir porque a partir de hoje não te verei mais. Mas preciso que te vás embora tendo-me perdoado. Eu já devia ter feito isto há mais tempo... já te devia ter dito a pessoa detestável que sou. Pelo menos terias uma ideia do que eu realmente sou e nunca te terias aproximado de mim. Aparentemente é de família, por isso, não me iria servir de muito tentar mudar. Além disso já estou demasiado acostumado. Com a maior das certezas, posso-te garantir que serei sempre este...
- Não!... Não, tu não és o monstro que pintas ser.
- Tu não me conheces, se me visses...
- Conheço sim. Tu és... tu és um completo e verdadeiro idiota grande parte do tempo, mas... quando não estás demasiado ocupado com isso, consegues ser... perfeito. – esta última palavra foi um mero suspiro mas ainda assim Draco conseguiu ouvi-la. Provavelmente o facto de os seus corpos estarem completamente colados ajudou. Desta vez a lua brilhava com uma intensidade resplandecente e Draco pôde constatar com toda a certeza que a vasta cabeleira que a cobria, era de um efervescente vermelho. Combinava perfeitamente com os seus lábios. Os seus lábios... a mera palavra parecia proibida. E infelizmente toda a gente sabe que o fruto proibido é sempre o mais apetecido. Draco, inconscientemente, começou a baixar a cabeça muito lentamente.
“Sha la la la la la
My oh my
Look like the boy too shy
Ain’t gonna kiss the girl
Sha la la la la la
Ain’t that sad?
Ain’t it a shame?
Too bad, he gonna miss the girl”
- Porque não fazes um esforço?
- Uh? – numa questão de segundos, o encanto havia sido quebrado.
- Porque não tentas controlar o teu mau génio?
- Não creio que seja possível.
- Alguma vez tentaste?
- Não, mas...
- Então como é que sabes, se nunca tentaste?
- ...
- Podias tentar...
- E se não resultar?
- E se resultar?
Draco deu-se por vencido. Ela conseguia ser ainda mais teimosa que ele (e isso era extremamente difícil). Mas ele não lhe conseguia negar fosse o que fosse. Se ela lhe pedisse a Lua, ele de bom grado lha traria.
- Muito bem. – a cara de Ariel iluminou-se de imediato com um sorriso. – Mas, ... – o sorriso desfez-se – tens consciência de que vais ter de me continuar a aturar?
- Acho que sou capaz de aguentar. – disse ela fingindo um ar sério.
- Ahhh!!! – o grito de Draco ecoou por todos os campos da escola.
- O que foi??? Que se passa? – perguntou assustada.
- Está qualquer coisa a roçar-se na minha perna!
- Qual delas?
- Isso interessa?!?
- É que depende, - disse Ariel, tentando conter o riso, perante o estado de pânico, do jovem – Se for a esquerda, é a minha cauda. – a vontade que tinha de se rir era tremenda – Por outro lado, se for a direita, é o Flounder.
- Ah... ok.... O que é um Flounder?!?
- Hahahahaha... – a jovem não aguentou mais e desatou a rir às gargalhadas.
- Qual é a piada? – perguntou um pouco irritado, o rapaz. Já era mau o suficiente não saber o que esperar. Uma vez que a divertida sereia não mostrava sinais de parar de rir muito em breve, ele reuniu o máximo de coragem que conseguiu encontrar e olhou para baixo. Era muito difícil conseguir distinguir formas debaixo de água (graças a Merlin!) mas ele conseguiu vislumbrar um pequeno e gorducho peixe amarelo e azul. Perante a sua figura, desatou a corar. “Lindo trabalho Draco! Agora ela vai pensar que não passas de um cobarde.”
- Se tivesses ouvido as histórias que eu ouvi sobre este lago, não estarias tão descontraída. – foi difícil mas, eventualmente, a sereia conseguiu parar de rir.
- Que histórias? – perguntou divertida.
- É melhor nem saberes.
- Já te ocorreu que, se calhar, as histórias que ouviste foram feitas para manter os alunos afastados por razões de segurança, deles e nossa?
“Céus, eu sou mesmo estúpido.”
- Mais vale prevenir que remediar. – o seu orgulho impedia-o de admitir qualquer coisa que o fizesse menos perfeito aos olhos dos outros. – E de qualquer forma, o que é que ele está aqui a fazer? – disse apontando para o peixe.
- Tenho de ir para casa. O meu pai provavelmente deu pela minha falta.
- Vejo-te amanhã, certo? – o medo era bem visível na cara e na voz de Draco.
- É claro. – disse ela, de uma forma carinhosa, de modo a dissipar-lhe todos os medos. – Até amanhã. – disse aproximando-se dele. Hesitou um pouco mas, por fim, acabou por plantar-lhe um doce beijo na cara, antes de mergulhar.
“What would I give?
To live where you are?
What would I pay
To stay here beside you?
What would I do to see you
Smiling at me?”
Draco ficou paralisado. O seu primeiro beijo! Bem, mais ou menos.
Inconscientemente levou a mão à face que tinha sido beijada. Parecia que tinha sido ligeiramente queimado naquela zona. A bochecha, provavelmente, estava vermelha e emanava um calor estranho e ao mesmo tempo confortável. O seu coração batia a mil e de alguma forma o calor passou para a mão e, acabou por se espalhar por todo o corpo. Seria aquilo um sinal? Sentiria ela algo por ele? Deveria ter esperanças? E se depois ela não retribuir o afecto da mesma forma? Ele preferia não arriscar.
- Ariel, quem era aquele homem com quem estavas a falar? – perguntou, Flounder, um pouco inquieto.
- Alguém que conheci. – respondeu vagamente a sereia.
- Podes ser mais específica?
A sereia parou e olhou para o rechonchudo peixe.
- Não te preocupes. Continuas a ser o meu melhor amigo. – afirmou, continuando o seu caminho para casa.
- Não é isso que me preocupa e tu sabes. É verdade que sempre tiveste curiosidade sobre outros seres, em especial, os humanos mas... nunca te atreveste a travar conhecimento com um. Sempre tiveste receio. O que mudou?
A jovem parou de novo mas desta vez não olhou para o amigo.
- Ele é diferente.
- Diferente como?
- É especial.
- Ariel, não estou a gostar do que estou a ver. Sempre gostaste de fazer o oposto ao que te pedem mas, por favor, desta vez ouve-me. Acaba já.
- Acabo o quê? – perguntou a sereia, virando-se para o peixe.
- O que quer que tenha começado.
- Não começou nada.
- A mim não me enganas. Conheço-te desde que somos bebés.
- Já te disse que não se passa nada. Somos só amigos. Ainda agora nos conhecemos... – disse refutando a sua ideia.
- Por isso mesmo te peço que acabes já. Enquanto consegues.
- Não farei tal coisa. Sabes bem que não. Ele é muito mais do que aparenta. É como se, ... de alguma forma, eu sou a única a quem ele mostra o seu lado mais meigo; mais vulnerável.
- Tens noivo! Lembras-te?
- É claro que me lembro. E até hoje permaneci fiel a esse acordo, mesmo não concordando com ele.
- Permaneceste?
- Que queres dizer com isso? Sei quais são as minhas obrigações.
- Pois não parece!... (suspiro) estou-te a dizer tudo isto para o teu bem. Pensa, o que é que poderia vir de algo com um estranho que nem sequer é da mesma espécie que tu?
- Somos apenas amigos. – refutou ela.
- Quem é que estás a tentar enganar? Eu vi a forma como ele olha para ti.
- Que estás a dizer? – perguntou a sereia, agora corada.
- Mais importante! Eu vi a forma como tu olhas para ele. A forma como falas dele.
- Chega!!! ... Sabes que mais? Eu não tenho que estar a ouvir um peixe ciumento, que não sabe do que fala. – e com isto foi-se embora, furiosa.
Flounder ficou a ver a formosa jovem desaparecer por entre os corais, com um ar pesaroso, triste e extremamente preocupado.
- Tenho um pressentimento muito mau, acerca disto. Espero do fundo do coração estar errado.
“Quem é que ele pensa que é?!? Eu sei muito bem o que estou a fazer! E não estou a fazer nada de mal... absolutamente nada!” Ariel nadava a toda a velocidade direita ao palácio (sua casa). A sua cabeça ainda estava quente da discussão que tinha tido com o seu melhor amigo. “É sempre a mesma coisa! Não pode ver nada novo ou diferente que fica logo apavorado! Que mal poderia vir de uma inocente amizade?? Eu quero ajudar o Draco. Preciso de o fazer. E ninguém me vai impedir.”
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- Estás atrasado. – disse ela sorrindo, quando Draco alcançou a beira do lago. Este estava a fazer um esforço tremendo para controlar a respiração sem ela reparar. Afinal, ele ainda era um Malfoy. Não a podia deixar perceber que tinha vindo a correr só para a ver.
- Não sabia que tinha-mos combinado uma hora específica. – era mais forte do que ele. O seu sangue obrigava-o a dar estas respostas; a fazer estes comentários. Era como se tivesse sido programado à nascença, o que (conhecendo bem o seu pai) não parecia assim tão rebuscado.
Ariel fez um esforço para ignorar o comentário, e talvez tivesse conseguido, não fosse o tom trocista e convencido que ele tinha utilizado.
- Não combinámos. E se te continuas a comportar como um peneirento, como agora, não vamos combinar nunca.
- Ok, ok... peço… peço desculpa. – “Nem acredito que acabei de pedir desculpas a alguém.” Ariel olhou-o como que examinando-o.
- Às vezes fico com a sensação de que és duas pessoas distintas. Se assim for agradecia que passasses a trazer apenas a metade suportável.
- Eu merecia essa.
- Podes crer que merecias.
- Então... – disse sorrindo – estou perdoado?
- Sim. – foi a resposta da sereia, que não conseguiu evitar sorrir também.
- Nesse caso, fala-me de ti. – “pediu” Draco, sentando-se à beira do lago.
- De mim?
- Sim. Quero saber tudo sobre ti. – ela não sabia se devia ficar indignada por estar a receber ordens, se devia ficar lisonjeada p’lo facto de este estar tão interessado nela.
- Bem... por onde hei de começar. – perguntou a si mesma. Draco deliciou-se a observar a sua bela cara, repleta de concentração. – Vejamos, a minha mãe morreu quando eu era pequena, por isso, não tenho recordações dela. Dou-me muito bem com a minha avó, (ela diz que eu me pareço muito com o meu pai) já com ele... não há dia nenhum que não haja discussão. Adoro as minhas seis irmãs...
- Seis?!? – e mais uma vez o “humor Malfoy” veio ao de cima – Acho que a tua mãe morreu de exaustão... – Draco teve de morder a língua para não acabar a frase. A frase ainda nem sequer estava completa, e ele já estava arrependido do que dissera. Se não fosse cobardia, teria fechado os olhos, para não ver as lágrimas que decoravam, agora, os dela. Aqueles belos olhos, que ele, secretamente, venerava.
- Ariel, eu não queria... – assim que se apercebeu de que ela ia mergulhar, Draco lançou-se à água, conseguindo agarrá-la por um braço. A sensação que ambos experimentaram, quando a sua pele se tocou, foi, completamente nova. Foi como se ambos tivessem apanhado uma descarga de energia que começou no/na braço/mão e se estendeu por todo o corpo. Os cabelos da base do pescoço, levantaram-se; os pelos dos braços, eriçaram-se e os seus corações começaram a bater desenfreadamente, ao mesmo tempo.
“Yes, you want her
Look at her, you know you do
Possible she wants you too
There is one way to ask her
It don’t take a word
Not a single word
Go on and kiss the girl”
- Solta-me. – disse a jovem, sem olhar para ele, num tom frio e impessoal que o conseguiu abalar, mas apenas por um segundo. Desviando a sua atenção, por agora, desta nova sensação, Draco, concentrou-se apenas na “ferida” beldade.
- Ariel, olha para mim, por favor.
Quando a rapariga não reagiu, ele moveu a sua outra mão até à sua face e acariciou-a, movendo-a na direcção da sua.
- Perdoa-me, por favor.
- Quantas vezes mais me vais pedir que te perdoe? – a sua voz mostrava bem, como estava magoada.
- Mais nenhuma...
- Não faças promessas que sabes não poder cumprir!
- Vou poder cumprir porque a partir de hoje não te verei mais. Mas preciso que te vás embora tendo-me perdoado. Eu já devia ter feito isto há mais tempo... já te devia ter dito a pessoa detestável que sou. Pelo menos terias uma ideia do que eu realmente sou e nunca te terias aproximado de mim. Aparentemente é de família, por isso, não me iria servir de muito tentar mudar. Além disso já estou demasiado acostumado. Com a maior das certezas, posso-te garantir que serei sempre este...
- Não!... Não, tu não és o monstro que pintas ser.
- Tu não me conheces, se me visses...
- Conheço sim. Tu és... tu és um completo e verdadeiro idiota grande parte do tempo, mas... quando não estás demasiado ocupado com isso, consegues ser... perfeito. – esta última palavra foi um mero suspiro mas ainda assim Draco conseguiu ouvi-la. Provavelmente o facto de os seus corpos estarem completamente colados ajudou. Desta vez a lua brilhava com uma intensidade resplandecente e Draco pôde constatar com toda a certeza que a vasta cabeleira que a cobria, era de um efervescente vermelho. Combinava perfeitamente com os seus lábios. Os seus lábios... a mera palavra parecia proibida. E infelizmente toda a gente sabe que o fruto proibido é sempre o mais apetecido. Draco, inconscientemente, começou a baixar a cabeça muito lentamente.
“Sha la la la la la
My oh my
Look like the boy too shy
Ain’t gonna kiss the girl
Sha la la la la la
Ain’t that sad?
Ain’t it a shame?
Too bad, he gonna miss the girl”
- Porque não fazes um esforço?
- Uh? – numa questão de segundos, o encanto havia sido quebrado.
- Porque não tentas controlar o teu mau génio?
- Não creio que seja possível.
- Alguma vez tentaste?
- Não, mas...
- Então como é que sabes, se nunca tentaste?
- ...
- Podias tentar...
- E se não resultar?
- E se resultar?
Draco deu-se por vencido. Ela conseguia ser ainda mais teimosa que ele (e isso era extremamente difícil). Mas ele não lhe conseguia negar fosse o que fosse. Se ela lhe pedisse a Lua, ele de bom grado lha traria.
- Muito bem. – a cara de Ariel iluminou-se de imediato com um sorriso. – Mas, ... – o sorriso desfez-se – tens consciência de que vais ter de me continuar a aturar?
- Acho que sou capaz de aguentar. – disse ela fingindo um ar sério.
- Ahhh!!! – o grito de Draco ecoou por todos os campos da escola.
- O que foi??? Que se passa? – perguntou assustada.
- Está qualquer coisa a roçar-se na minha perna!
- Qual delas?
- Isso interessa?!?
- É que depende, - disse Ariel, tentando conter o riso, perante o estado de pânico, do jovem – Se for a esquerda, é a minha cauda. – a vontade que tinha de se rir era tremenda – Por outro lado, se for a direita, é o Flounder.
- Ah... ok.... O que é um Flounder?!?
- Hahahahaha... – a jovem não aguentou mais e desatou a rir às gargalhadas.
- Qual é a piada? – perguntou um pouco irritado, o rapaz. Já era mau o suficiente não saber o que esperar. Uma vez que a divertida sereia não mostrava sinais de parar de rir muito em breve, ele reuniu o máximo de coragem que conseguiu encontrar e olhou para baixo. Era muito difícil conseguir distinguir formas debaixo de água (graças a Merlin!) mas ele conseguiu vislumbrar um pequeno e gorducho peixe amarelo e azul. Perante a sua figura, desatou a corar. “Lindo trabalho Draco! Agora ela vai pensar que não passas de um cobarde.”
- Se tivesses ouvido as histórias que eu ouvi sobre este lago, não estarias tão descontraída. – foi difícil mas, eventualmente, a sereia conseguiu parar de rir.
- Que histórias? – perguntou divertida.
- É melhor nem saberes.
- Já te ocorreu que, se calhar, as histórias que ouviste foram feitas para manter os alunos afastados por razões de segurança, deles e nossa?
“Céus, eu sou mesmo estúpido.”
- Mais vale prevenir que remediar. – o seu orgulho impedia-o de admitir qualquer coisa que o fizesse menos perfeito aos olhos dos outros. – E de qualquer forma, o que é que ele está aqui a fazer? – disse apontando para o peixe.
- Tenho de ir para casa. O meu pai provavelmente deu pela minha falta.
- Vejo-te amanhã, certo? – o medo era bem visível na cara e na voz de Draco.
- É claro. – disse ela, de uma forma carinhosa, de modo a dissipar-lhe todos os medos. – Até amanhã. – disse aproximando-se dele. Hesitou um pouco mas, por fim, acabou por plantar-lhe um doce beijo na cara, antes de mergulhar.
“What would I give?
To live where you are?
What would I pay
To stay here beside you?
What would I do to see you
Smiling at me?”
Draco ficou paralisado. O seu primeiro beijo! Bem, mais ou menos.
Inconscientemente levou a mão à face que tinha sido beijada. Parecia que tinha sido ligeiramente queimado naquela zona. A bochecha, provavelmente, estava vermelha e emanava um calor estranho e ao mesmo tempo confortável. O seu coração batia a mil e de alguma forma o calor passou para a mão e, acabou por se espalhar por todo o corpo. Seria aquilo um sinal? Sentiria ela algo por ele? Deveria ter esperanças? E se depois ela não retribuir o afecto da mesma forma? Ele preferia não arriscar.
- Ariel, quem era aquele homem com quem estavas a falar? – perguntou, Flounder, um pouco inquieto.
- Alguém que conheci. – respondeu vagamente a sereia.
- Podes ser mais específica?
A sereia parou e olhou para o rechonchudo peixe.
- Não te preocupes. Continuas a ser o meu melhor amigo. – afirmou, continuando o seu caminho para casa.
- Não é isso que me preocupa e tu sabes. É verdade que sempre tiveste curiosidade sobre outros seres, em especial, os humanos mas... nunca te atreveste a travar conhecimento com um. Sempre tiveste receio. O que mudou?
A jovem parou de novo mas desta vez não olhou para o amigo.
- Ele é diferente.
- Diferente como?
- É especial.
- Ariel, não estou a gostar do que estou a ver. Sempre gostaste de fazer o oposto ao que te pedem mas, por favor, desta vez ouve-me. Acaba já.
- Acabo o quê? – perguntou a sereia, virando-se para o peixe.
- O que quer que tenha começado.
- Não começou nada.
- A mim não me enganas. Conheço-te desde que somos bebés.
- Já te disse que não se passa nada. Somos só amigos. Ainda agora nos conhecemos... – disse refutando a sua ideia.
- Por isso mesmo te peço que acabes já. Enquanto consegues.
- Não farei tal coisa. Sabes bem que não. Ele é muito mais do que aparenta. É como se, ... de alguma forma, eu sou a única a quem ele mostra o seu lado mais meigo; mais vulnerável.
- Tens noivo! Lembras-te?
- É claro que me lembro. E até hoje permaneci fiel a esse acordo, mesmo não concordando com ele.
- Permaneceste?
- Que queres dizer com isso? Sei quais são as minhas obrigações.
- Pois não parece!... (suspiro) estou-te a dizer tudo isto para o teu bem. Pensa, o que é que poderia vir de algo com um estranho que nem sequer é da mesma espécie que tu?
- Somos apenas amigos. – refutou ela.
- Quem é que estás a tentar enganar? Eu vi a forma como ele olha para ti.
- Que estás a dizer? – perguntou a sereia, agora corada.
- Mais importante! Eu vi a forma como tu olhas para ele. A forma como falas dele.
- Chega!!! ... Sabes que mais? Eu não tenho que estar a ouvir um peixe ciumento, que não sabe do que fala. – e com isto foi-se embora, furiosa.
Flounder ficou a ver a formosa jovem desaparecer por entre os corais, com um ar pesaroso, triste e extremamente preocupado.
- Tenho um pressentimento muito mau, acerca disto. Espero do fundo do coração estar errado.
“Quem é que ele pensa que é?!? Eu sei muito bem o que estou a fazer! E não estou a fazer nada de mal... absolutamente nada!” Ariel nadava a toda a velocidade direita ao palácio (sua casa). A sua cabeça ainda estava quente da discussão que tinha tido com o seu melhor amigo. “É sempre a mesma coisa! Não pode ver nada novo ou diferente que fica logo apavorado! Que mal poderia vir de uma inocente amizade?? Eu quero ajudar o Draco. Preciso de o fazer. E ninguém me vai impedir.”
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